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Depressão Materna e Parentalidade: O Que a Ciência Descobriu na Última Década

  • Foto do escritor: Vitória Videos
    Vitória Videos
  • 29 de ago.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 2 de set.

Mãe olhando para bebê recém-nascido

A depressão materna é um dos fatores de risco mais estudados quando o assunto é parentalidade e desenvolvimento infantil. Diversas pesquisas já haviam apontado que mães em sofrimento psíquico podem enfrentar maiores dificuldades no cuidado com os filhos. Mas, até pouco tempo, os dados mais consolidados vinham de estudos publicados até 2013. Com as mudanças metodológicas e o avanço da ciência, uma nova revisão sistemática buscou atualizar essas informações — e os resultados reforçam a importância do tema.


O que os pesquisadores investigaram?


O estudo realizou buscas em bases científicas internacionais como MEDLINE, PubMed, SciELO, LILACS, Embase, Web of Science e PsycInfo. Foram incluídos apenas trabalhos observacionais, publicados entre 2013 e 2023, que analisassem a parentalidade de mães diagnosticadas com depressão no período da infância ou adolescência dos filhos.

De mais de 11 mil artigos inicialmente selecionados, apenas 29 atenderam aos critérios finais e foram analisados em profundidade.


Principais achados


Entre os 29 estudos revisados, 28 confirmaram a associação entre depressão materna e dificuldades na parentalidade. Os resultados destacam desafios em aspectos fundamentais da relação mãe-filho, como:

  • Sensibilidade ao responder às necessidades da criança

  • Afeto e apego estabelecidos na relação

  • Envolvimento e comprometimento nas rotinas diárias

  • Responsividade aos sinais emocionais dos filhos

  • Estímulação necessária para o desenvolvimento cognitivo e social

A maioria das pesquisas foi conduzida em países de alta renda e com foco em crianças de até três anos. Outro ponto relevante: dois terços dos estudos foram publicados a partir de 2017, evidenciando um interesse crescente na área.


Limitações e próximos passos


Apesar da consistência dos achados, a revisão apontou algumas limitações:

  • Predomínio de estudos em países ricos, deixando de lado contextos de maior vulnerabilidade social.

  • Foco em práticas parentais específicas, sem abranger dimensões mais amplas da parentalidade.

  • Ausência de meta-análise, o que poderia oferecer um panorama quantitativo mais robusto.

Diante disso, os autores defendem que novas pesquisas considerem diferentes realidades socioculturais e adotem delineamentos longitudinais. Dessa forma, será possível compreender melhor os impactos da depressão materna ao longo do desenvolvimento da criança.


Por que isso importa?


A mensagem central é clara: a depressão materna pode afetar profundamente a forma como as mães interagem com seus filhos, influenciando vínculos, cuidado e estímulos essenciais para um crescimento saudável.Reconhecer essa realidade é fundamental para o desenvolvimento de políticas públicas, programas de apoio psicológico e redes de cuidado que possam fortalecer tanto as mães quanto as crianças.


Reflexão final


Investir na saúde mental materna não é apenas apoiar mulheres em sofrimento, mas também garantir um futuro mais saudável e equilibrado para as próximas gerações.


Fonte:

Síntese de uma revisão sistemática (2013–2023) sobre a associação entre depressão materna e parentalidade.

  • Goodman, S. H., & Gotlib, I. H. (1999). Risk for psychopathology in the children of depressed mothers: A developmental model for understanding mechanisms of transmission. Psychological Review, 106(3), 458–490.

  • Lovejoy, M. C., Graczyk, P. A., O'Hare, E., & Neuman, G. (2000). Maternal depression and parenting behavior: A meta-analytic review. Clinical Psychology Review, 20(5), 561–592.

  • Stein, A., Pearson, R. M., Goodman, S. H., Rapa, E., Rahman, A., McCallum, M., Howard, L. M., & Pariante, C. M. (2014). Effects of perinatal mental disorders on the fetus and child. The Lancet, 384(9956), 1800–1819.

  • World Health Organization (WHO). (2017). Maternal mental health.

  • Leis, J. A., Heron, J., Stuart, E. A., & Mendelson, T. (2014). Associations between maternal mental health and child emotional and behavioral problems: Does maternal age at childbirth matter? Journal of Abnormal Child Psychology, 42, 161–171.



 
 
 

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