Vamos falar sobre a depressão: A sombra crescente que atinge o mundo todo
- Equipe Chama Invisível

- 18 de jul.
- 3 min de leitura
Atualizado: 2 de set.

A depressão é mais do que apenas tristeza; é uma condição de saúde mental séria que afeta milhões de pessoas globalmente. Infelizmente, o número de casos tem crescido consistentemente a cada ano, e com ele, a trágica estatística de suicídios. Entender a dimensão desse problema, e como ele se manifesta em diferentes grupos etários e gêneros, é o primeiro passo para enfrentá-lo.
Um aumento da depressão preocupante nos casos globais
Dados da organização mundial da saúde (oms) e de outras instituições de pesquisa revelam um cenário alarmante. A depressão é hoje uma das principais causas de incapacidade em todo o mundo. Estimativas recentes apontam que mais de de 300 milhões pessoas convivem com a depressão, e esse número continua em ascensão.
Diversos fatores contribuem para esse aumento, incluindo o estresse da vida moderna, problemas socioeconômicos, conflitos, violência e o acesso limitado a serviços de saúde mental em muitas regiões. A pandemia de covid-19, por exemplo, exacerbou significativamente essa crise, com relatos de aumento nos casos de ansiedade e depressão em vários países.
"A Depressão é uma doença da solidão, e a privacidade de um deprimido nada tem a ver com dignidade; é uma prisão."
"Um Crime da Solidão" (Andrew Solomon)
O suicídio: a consequência mais trágica
O suicídio é uma das consequências mais devastadoras da depressão não tratada ou subtratada. A cada ano, cerca de 700 mil pessoas tiram a própria vida no mundo, o que significa uma morte a cada 40 segundos. O suicídio é a quarta principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos, e a maioria desses casos está ligada a transtornos mentais, principalmente a depressão.
Depressão por idade: da infância à terceira idade
A depressão não escolhe idade, e sua prevalência varia conforme a faixa etária:
Crianças e adolescentes: há um aumento preocupante nos diagnósticos de depressão e ansiedade entre crianças e adolescentes. A pressão escolar, o cyberbullying, as redes sociais e a falta de recursos para lidar com emoções complexas são fatores contribuintes. Os sintomas podem ser diferentes dos adultos, manifestando-se como irritabilidade, problemas de comportamento ou dores físicas sem causa aparente.
Adultos jovens (18-29 anos): esta faixa etária apresenta as maiores taxas de depressão. A transição para a vida adulta, a busca por identidade, pressões profissionais e financeiras, e a dificuldade de estabelecer conexões significativas podem ser gatilhos importantes.
Adultos de meia-idade: a depressão nessa fase pode estar ligada a crises existenciais, estresse no trabalho, responsabilidades familiares (cuidar de filhos e pais idosos), e mudanças hormonais.
Idosos: a depressão em idosos é frequentemente subdiagnosticada e subtratada, pois os sintomas podem ser confundidos com o envelhecimento natural ou outras condições médicas. Fatores como luto, isolamento social, doenças crônicas e perda de autonomia contribuem para o aumento do risco nessa população.
Depressão por gênero: diferenças e desafios
As taxas de depressão também variam significativamente entre gêneros, com as mulheres sendo mais afetadas:
Mulheres: têm uma prevalência de depressão quase duas vezes maior que os homens.
Fatores biológicos (flutuações hormonais, gravidez, pós-parto, menopausa) e sociais (desigualdade de gênero, violência, sobrecarga de papéis, pressão estética) contribuem para essa diferença.
As mulheres tendem a buscar ajuda profissional com mais frequência, o que também pode influenciar as estatísticas de diagnóstico.
Homens: embora apresentem menores taxas de diagnóstico, os homens são mais propensos a mascarar a depressão com comportamentos de risco, como abuso de substâncias, irritabilidade, raiva e isolamento. Eles também têm maior probabilidade de cometer suicídio do que as mulheres, apesar de as mulheres tentarem mais. Isso pode ser atribuído a métodos mais letais e à dificuldade de expressar vulnerabilidade e buscar ajuda devido a normas sociais.
Identidades de gênero diversas: pessoas lgbtqia+ enfrentam taxas ainda mais elevadas de depressão e ansiedade devido ao estigma, preconceito, discriminação e violência, que levam a um aumento significativo do risco de problemas de saúde mental.
A necessidade urgente de ação
O aumento global dos casos de depressão e suicídio exige uma resposta urgente e multifacetada. É fundamental desmistificar a doença, incentivar a busca por ajuda profissional, garantir o acesso a tratamentos eficazes e investir em políticas públicas que promovam a saúde mental em todas as idades e gêneros. Falar sobre depressão é o primeiro passo para quebrar o silêncio e oferecer apoio a quem mais precisa.
Se você ou alguém que conhece está lutando contra a depressão ou pensamentos suicidas, procure ajuda. No brasil, o cvv (centro de valorização da vida) oferece apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo gratuitamente pelo telefone 188.
Entender esses dados é essencial para direcionar os esforços de prevenção e tratamento de forma mais eficaz.





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